Jornalismo Online e Plantas vs Zumbis

Semana passada, uma amiga comentou sobre o jogo Plantas vs Zumbis, mas como ela é daquelas que envelheceram apenas na carteira de identidade achei se tratar de uma baboseira. E é, tirando o fato de que cultivar plantas para impedir que mortos-vivos cheguem na sua casa é viciante.

Já no início dessa semana, a Rede Globo lançou o jogo Missão Bioma, cujo desafio é proteger o meio ambiente e é uma cópia camuflada do jogo dos zumbis. Porém, ganhou destaque por um fator: ser um newsgame. Continuar a ler

Sete exemplos para entender os efeitos do crowdfunding no Jornalismo

As informações se espalham tão rápido que a essa altura qualquer habitante do ciberespaço já sabe o que é crowdfunding (se não sabe, vale dar uma olhada aqui). Mas, o interessante é observar como esse modelo de negócio, que nada mais é do que a tradicional “vaquinha”, está direcionando o  Jornalismo online para um futuro cada vez mais colaborativo.

Para entender melhor, sete iniciativas exemplificam os efeitos dessa tendência de financiamento no trabalho da imprensa e na produção de conteúdo para a internet.

1. Spot.usPioneira no assunto, a plataforma estabelece uma relação ganha-ganha – tanto financeira quanto de conhecimento – entre jornalistas e “doadores”. Os leitores interessados em algum assunto específico sobre a sua comunidade financiam profissionais dispostos a produzir uma reportagem a respeito. E tem mais: depois que o conteúdo é produzido, o Spot.us se empenha em vender a matéria para alguma mídia local e o dinheiro recebido é enviado àqueles que a financiaram. Legal, não? Caso o conteúdo seja descartado, os valores são devolvidos aos respectivos doadores ou redirecionados a outros projetos de interesse dos mesmos. O New York Times, por exemplo, já veiculou uma matéria nascida no Spot.us.

2. J’aime l’info – Idealizada pelo grupo de jornalistas franceses do site Rue89, essa plataforma de crowdfunding conta com cerca de 100 jornais e blogs cadastrados. Os leitores podem financiar os projetos jornalísticos do site que lhes interessam e/ou fazer doações para as diversas iniciativas no canal (a colaboração pode ser de três euros ou em pacotes mensais).

3. Ajude Um Repórter Apesar de não ser uma plataforma de crowdfunding, o projeto do relações-públicas Gustavo Carneiro foi concebido graças à “vaquinha” online. Mais de 180 pessoas contribuíram com a campanha realizada no Catarse, que precisava de 15.000 reais para tirar a ideia do papel e conseguiu arrecadar 695 reais a mais. A proposta do Ajude Um Repórter é conectar jornalistas e produtores de conteúdo a fontes e personagens para matérias e outros conteúdos em produção (quem é da imprensa sabe como isso ajuda). O serviço é gratuito e o levantamento é todo feito por crowdsourcing.

4. Global For Me Integrante do grupo Global Radio News Ltd., o site aposta no financiamento colaborativo para a realização de coberturas jornalísticas mais aprofundadas, a gosto do freguês. Dessa forma, os leitores escolhem um assunto que os interesse e pagam para que o jornalista produza o conteúdo.

5. Porto24 – Apostando no Jornalismo hiperlocal, o veículo português se propõe a realizar coberturas específicas sobre a comunidade do Porto, a partir da contribuição financeira dos leitores. Quando a verba arrecadada alcança o valor mínimo estipulado (que engloba o pagamento de um jornalista externo ao Porto24 e despesas necessárias), o conteúdo começa a ser produzido. Assim como o Spot.us, caso a reportagem não seja desenvolvida, os financiadores podem pedir o reembolso do dinheiro ou autorizar a utilização do mesmo em outro trabalho.

6. Chi-town Daily News Na mesma linha do Porto24, o site de notícias hiperlocal de Chicago passou a publicar um box no final de cada matéria, divulgando quanto custou a pesquisa, a redação e a edição daquele conteúdo. Assim, os leitores podem deixar suas contribuições e incentivar a produção jornalística de qualidade. O editor, Geoff Dougherty, acredita que essa é uma forma de deixar claro aos leitores o quanto custa fazer bom Jornalismo.

7. Payyattention Para deixar o financiamento de conteúdo mais divertido, Stephen Farrell resolveu adicionar elementos sociais ao crowdfunding. No final de cada conteúdo publicado no payyattention é exibido um ícone para que o leitor faça doações, caso tenha gostado da matéria, e fique sabendo quem mais financiou o mesmo conteúdo e de quanto foi a contribuição.

Ou seja, para aqueles que querem tirar um projeto do papel e não têm dinheiro (jornalistas sabem muito bem do que se trata), o crowdfunding se tornou uma interessante alternativa. Mas, alguns “coleguinhas” ainda acham que a produção de conteúdo colaborativo é uma ameaça à profissão… E você, acha que a função do jornalista está se tornando irrelevante com a produção de conteúdo digital?

Para continuar lendo:

The impact of crowdfunding in journalism – Case study of Spot.Us